II Oficina de Artes e Direitos Humanos – pelo Diretor Artístico, Jozé Sabugo

Caros amigos/as e participantes da II Oficina de Artes e Direitos Humanos da ONGD GRITAH – Lixa (Felgueiras),

Primeiro agradecer o empenho e dedicação a todos, sem excepção, por mais uma experiência rica e multifacetada, unindo a amizade, a arte, a natureza e a ação comunitária para abordar os direitos humanos numa forma prática, envolvente e entusiástica.

A Caminhada ao emblemático monte do Seixoso teve breves esclarecimentos sobre a flora e outras curiosidades. Em pleno monte do Seixoso, contemplou-se e saciou-se a sede na fonte do Juvêncio. Os exercícios de respiração e de afeto foram um ponto fortíssimo de união e restauradores. A atividade não só conectou-os com o património natural e cultural da região, mas também criou um espaço para a introspecção e o autoconhecimento. Até lá, ligou-se a poesia e as lendas à paisagem e ao património religioso.

A 2ª edição da Oficina de Artes e Direitos Humanos promoveu várias expressões artísticas que evidenciou e interligou os direitos humanos na identidade e na história do local.
As refeições de cozinha comunitária e a construção do forno comunitário são excelentes exemplos de empoderamento dos participantes e sustentabilidade comunitária. As mesmas incentivam a colaboração, o trabalho em equipe e a partilha de “saber-fazer”.

A construção do forno, em particular, deixa uma mais valia, como património local, simbolizando a capacidade de criar algo em conjunto que beneficia a comunidade. As plantações de limoeiro e laranjeiras reforçam benefícios ao espaço, criando sustentabilidade e cuidado em promover um ambiente saudável.

A implementação da Biblioteca de Dar e Receber e a revisitação através da exposição ao historial do GRITAH – ONGD foram cruciais para a parte educativa e filosofia da iniciativa. A biblioteca fica ligada a Guiné-Bissau com o nome de duas mulheres ativistas (Teodoro Inácia Gomes e Titina Sila) e garante ser uma ferramenta poderosa para o acesso ao particular conhecimento de várias disciplinas. A exposição também garante que a base teórica dos direitos humanos seja constantemente reforçada e explorada.

As pinturas no móvel expositivo dos direitos humanos permitem a todos uma forma de comunicação e expressão artística direta e pessoal. É uma oportunidade para traduzir o que tem marcado o mundo em DH, numa linguagem visual e pictórica tornando-o ao mesmo tempo num objeto vivo e itinerante, em constante desenvolvimento. Em suma: espelha as iniciativas e ideias da ONGD, mais concretamente, dos seus intervenientes e participantes/colaboradores.

Esta 2ª edição das Oficinas, tal como aconteceu na 1ª sessão, foi muito bem desenhada.
Houve Arte-Oficios, Educação Ambiental, Exposições e Desenvolvimento Pessoal alavancado nos Direitos Humanos. Os temas não são abordados apenas como um conceito abstrato, mas planeado numa vertente prática, em várias ações e dinâmicas concretas, a começar pela inscrição de um pensamento motivacional de Agostinho da Silva.

Em suma: foi uma abordagem holística e impactante para todos os que participaram direta e indirectamente. A II Oficina de Artes e DH 2025 ofereceu à comunidade e à organização uma experiência singular que foi ao mesmo tempo sócio-educativa, transformadora e memorável. Como disse, Leornardo Coimbra “livres e fortes, sejamos simples, verídicos e indagadores”.

Grato a todos,
Jozé Sabugo

II Oficina de Artes e Direitos Humanos, 26 de julho de 2025